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sábado, 17 de novembro de 2012

RITMO LOUCO (1936) - SWING TIME


Lucky Garnet (Fred Astaire) é um renomado sapateador que viaja até Nova York atrás dos 25 mil dólares que ele precisa para se casar com sua noiva Margaret (Betty Furness), de acordo com uma ordem judicial. Só que ao chegar lá ele conhece e se encanta pela bela Penny (Ginger Rogers), uma dançarina novata que sonha em melhorar de vida com sua arte. Entre um número musical e outro, os dois passam juntos por alguns mal-entendidos e por momentos de angústia e tristeza nos bastidores da dança.


Entre todos os lugares que o cinema criou, um dos mais mágicos e duradouros é o universo de Fred Astaire e Ginger Rogers. Eles trouxeram para uma série de filmes produzidos entre 1933 e 1939 tanta graça e humor que se transformaram na pedra de toque de tudo o que simbolizava a elegância.


Mais do que todos os demais dançarinos da história do cinema, Astaire e Rogers ocuparam o tempo real. Godard nos disse que "o cinema é verdadeiro vinte e quatro vezes por segundo, e cada corte é uma mentira." Astaire chegou a mesma conclusão , só que trinta anos antes. Ele acreditava que cada número de dança deveria ser filmado tão perto quanto possível, sem cortes, sempre mostrando a figura completa dos bailarinos, dos dedos dos pés à cabeça. Para admiração da platéia, não havia qualquer interferência de outras cenas - Astaire achava que era distração. Sem cortes, ou alguns poucos, para diferentes pontos de vista (em Ritmo louco, a câmera está numa grua para que eles possam ser acompanhados quando voam degraus acima numa escada, de uma dança num piso baixo para um mais alto). E sem close-ups dos rostos dos bailarinos, pois isto poderia nos negar o movimento de seus corpos. Depois de ver o filme de dança Os embalos de sábado continuam, de 1983, Ginger Rogers disse "Esses jovens de hoje em dia - acham que conseguem dançar somente com suas faces!"


Astaire era um artífice meticuloso e que trabalhava normalmente com o coreógrafo Hermes Pan, pré-planejando o mais ínfimo dos gestos das suas danças. Rogers era uma artista, não uma criadora, mas sempre disposta a ensaiar até seus pés sangrarem ("Eu fiz tudo o que Fred fez - para trás e de salto alto").


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